22.7.10

Antónimos.

A minha teoria de que "nada dura para sempre" confirmou-se. Nem mesmo aquele sentimento que eu julgara eterno, de tão forte e verdadeiro que era.
Todos aqueles momentos passados são, agora, recordados com uma névoa de mágoa pairada sobre eles. Mágoa, não por terem acontecido mas, sim, por nunca mais se irem repetir.
Quando algo acaba, a culpa não é só de um, é dos dois implicados na "história"; não estou certa mas também não errei fatalmente. Tal e qual como tu. E, ao contrário daquilo que me disseste, não quero toda a razão para mim; ela não me enche o peito nem a alma, e não sou assim tão arrogante e fria.
Mas tudo isto me corrói por dentro (pode não parecer, mas eu tenho um coração e ele ainda bate no meu peito): Como podes achar que estes sete anos não significam nada para mim? Como podes achar que esqueci tudo o que neles passámos? Como é que consegues afirmar que tu nada significas para mim? E como podes sequer pensar em abandonar-me assim, deixando-me entregue apenas às memórias e ao silêncio ensurdecedor da tua ausência?!
Tu dizes-me para seguir em frente e para onde vou? Para onde queres que vá? Para onde é suposto eu ir? Sinto-me perdida, como se me tivessem tirado o chão que piso, o chão que pisámos juntas.
E, agora, sem ele, permaneço a cair no abismo. Abismo esse que sempre evitei. E agora já percebo o porquê: porque sempre te tive como um pilar. E julgava que era permamente, perpétuo, eterno. Já vi que me enganei.
Continuo a cair, cada vez mais fundo. E as lágrimas teimam em não secar; vão atingindo silenciosamente o meu rosto como balas. Mas permaneço quieta, com medo que algo mais caia sobre mim.
Mas já nada tem importância; tudo perdeu o significado e, por agora, só resta o Passado para me consolar.

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