6.3.10

Está tudo destinado.

Os dias passam todos iguais. E custam a passar.
Está tudo na mesma: as caras são as mesmas, os sítios são os mesmos, as rotinas são as mesmas... até as conversas parecem ser sempre sobre o mesmo tema.
E tudo isto se tornou mais penoso desde que percebi que desperdicei a oportunidade de fazer com que tudo mudasse.
Algo mais forte que eu fez com que nem me apercebesse que iria ser este o desfecho; sem querer, afastei essa mesma oportunidade de mim.
Tudo podia ter mudado naquela noite, se eu não tivesse recuado nas palavras. Ele poderia ter sido meu, se eu não tivesse recusado, mesmo que inconscientemente, a imagem de um futuro diferente.
E podia continuar a ser meu, se eu não tivesse medo da mudança que isso implicaria no meu mundo.
Sim, continuo a ter todos esses medos; continuo a estar assustada. Só que agora sei o que quero, sei que as coisas precisam de mudar e sei que só tenho de seguir em frente. É a única maneira de tê-lo, realmente.
O que tiver de acontecer, acontecerá. E, mesmo que pudesse, não o mudaria, aconteça aquilo que acontecer.

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