22.2.12

Emocional & Dormente.



Há fases da nossa vida que nos fazem crescer. Normalmente, são as fases más que assumem esse papel. E eu, depois de te perder, percebi que os problemas que costumo ter agora não são nada. Mas, no entanto, quando me deparo com todos eles, já não sei fazer mais nada a não ser afastar-me e chorar. Preciso que não me deixem sozinha, ao contrário do que toda a gente pensa. Preciso que não me dêem tempo, porque cada minuto sozinha que tenho equivalem a uma hora de solidão e tristeza profundas. Preciso do meu espaço, é verdade, mas do meu espaço físico, que tanto prezo, e não da distância emocional.
Não posso cair na realidade sem ninguém ao meu lado. Porque, por detrás de todas estas barreiras que aparento ter, está agora uma alma desamparada e um coração confuso e dilacerado.
Mas, sempre que olho à volta, não vejo quem julguei que iria estar lá sempre para mim. Vejo o Bruno que, com muita calma e paciência, tem aturado os meus ataques de tristeza e de raiva. E cada vez o amo mais por isso. Não vejo mais ninguém disposto a ajudar-me a aguentar as minhas barreiras e a reconstruir as minhas pontes. Só vejo o resto da minha família, ou a esconder sentimentos, ou mergulhados numa imensidão deles. Só vejo amigos distantes; poucos (mas bons) são os que me conhecem realmente e que se permitem sentir a minha perda e colocar-se no meu lugar. E, em vez de te ver a ti, também do meu lado, vejo apenas a tua imagem, a imagem que me deixaste ao longo de 18 anos e que sei que nunca me abandonará. Mas sinto a tua falta e tudo se torna pior ao cair na dura realidade de que me abandonaste mesmo. E que, ao me abandonares, apenas fisicamente porque, para mim, estarás sempre presente, deixaste à vista todos aqueles que me abandonaram física e espiritualmente. E, aí, volta a sensação de abandono. E depois vem a saudade e o sentimento de impotência. E depois vem o choro e, por fim, a dormência. É o melhor que consigo agora, depois de te perder. A ti, minha estrela, e, indirectamente, aos meus (supostos) pilares.

1 comentário:

n. disse...

acabo por sentir um pouco da tua dor, por te ver tão sofrida por dentro. e como isso, a ti, te faz sentir mal, oh, talvez eu também acabe por me sentir assim e me faça não possuir as ferramentas necessárias para te pôr de pé. desculpa-me por isso. prometo tentar mais afundo para te ajudar, para te levantar. é esse o papel dos pilares. amo-te sempre, e estou cá sempre também <3