c'est finit.

Hoje não bebo mais cafés.
Hoje não ouço mais músicas deprimentes, a transbordar de sentimentos não correspondidos.
Hoje não leio mais livros onde as palavras me pareçam pesadas, carregadas de melancolia e nostalgia, difíceis de encaixar na minha cabeça. Hoje não leio mais nada senão as legendas de uma boa série ou de uma ou outra mensagem que possa aparecer no meu telemóvel.
Hoje não penso mais (quem me dera que Deus me concedesse o dom de não pensar em nada, em ninguém, durante um dia inteiro). Hoje vou aliviar a minha mente e a minha alma de pensamentos confusos e de memórias longínquas.
Hoje vou colocar todas as dúvidas debaixo da almofada e dormir sobre elas. Vou sufocá-las, erradicá-las da minha cabeça. Vou esmagar, debaixo dessa mesma almofada, as tristezas que o meu peito esconde.
Vou-me desprender de vícios que me trazem o aperto do costume.
Amanhã, quando acordar, vou olhar para o espelho e ver que as olheiras desapareceram. E aí sim, o meu café matinal vai saber-me como antes: soberbo, perfeito. Tal e qual como o meu dia.