E hoje regressei porque, por vezes, gostava de saber quão injusta sou quando apenas sigo os meus instintos e aquilo que sinto.
Tenho, ou não, o direito de ficar magoada, de querer ficar sozinha, de querer parar o movimento do (meu) mundo e esquecer tudo? Tenho, tenho sim.
Apenas não tenho o direito de fingir que está tudo bem, que estamos bem, quando não é isso que se passa!
As minhas erupções não são aleatórias; têm uma causa, um objectivo.
Sei que não é justo magoar-te mas, às vezes, gostava que soubesses como me magoas com palavras ferozes, como setas disparadas em direcção ao meu coração a toda a velocidade, mesmo que disso não te dês conta.
E sim, sei que pensas que não quero saber. Também sei que isso ainda te deixa pior. Contudo, esquecer não é um dos meus dons.
E talvez por isso seja tão má pessoa; tão rude, tão egocêntrica, tão egoísta. Mas, no fundo, tu sabes que não o sou. Por isso, não entendo as tuas convicções de que nunca sofro por ti.
Mas, no entanto, tens razão: nunca estou onde devia estar, nunca digo o que devia dizer, nunca estou quando precisas realmente de mim.
E, então, agora pergunto-te: é esta a tua definição de "melhor amiga"? Sê sincera, ataca-me, faz-me sofrer o mesmo que sofres; vinga-te, se assim o quiseres! Só te peço que relembres tudo o que fiz por ti no passado, antes de me responderes. Depois de reflectires (a sério) sobre isso, acato todas as duras palavras que possas ter para mim, e aceito-as como se, no meu íntimo, achasse que têm mesmo um fundo de verdade. Porque eu sei, ou melhor, tenho a perfeita noção, de que quaisquer palavras enfurecidas que troquemos não serão realmente sentidas. E sei disso porque tu és demasiado emocional. E eu, por ti, talvez também o seja. Por isso, um (ou mil) pedido de desculpas não é aquilo que quero. Sim, chama-me exigente, o que queiras. Mas tu, melhor que ninguém, sabes que "Desculpa" é uma palavra que não faz parte do meu dicionário; não me demonstra qualquer tipo de emoção, sentimento, o que seja.
Não nasci para pedir desculpa nem para explicar a minha essência. Nasci para que os outros a entendam e descubram a melhor maneira de lidar comigo, com os meus problemas, paranóias, etc. E, sinceramente, pensei que tu já o sabias demasiado bem. Enganei-me? Talvez, sou humana, acontece. Agora vais dizer-me que tu também o és e eu ripostarei com "Mas isso não te dá o direito de me magoar somente por errar ser humano". E tu irás dizer-me que "Mas eu não te magoei com intenção" e eu, novamente, direi "Por isso mesmo: erraste mas magoaste-me na mesma. Não terei eu, então, o direito de fazer o mesmo?".
Serão apenas palavras de fúria porque, em qualquer que seja o meu estado, desde que seja consciente, nunca terei intenção de te magoar. E sim, todos os argumentos que estou a dar entregam-te a razão; eu sou assim, contradigo-me. Mas, se tu tens o direito de me magoar sem intenção, eu tenho o direito de expressar a minha desilusão.
1 comentário:
A-M-O-T-E, e tenho dito!! (LLL)
Enviar um comentário