Foi mais do que pensei.
Lembro-me mais do que queria.
Foi como o momento segundos antes de saltar do precipício.
O ar cheirava insuportavelmente a medo, o silêncio era deveras ensurdecedor, ao ponto de me fazer ouvir o bater do meu próprio coração. Mas, apesar dos suores frios, eu sentia o calor que o meu olhar irradiava.
No fundo, sempre soube que não ia durar para sempre. Sempre soube que, mais tarde ou mais cedo, ias largar a minha mão.
E, agora, depois de ter aguentado a tempestade e de ter chegado a um porto seguro, ficam somente para mim as promessas e as recordações. Coisas essas já suficientemente turvas por todas as lágrimas que chorei por ti.
O que passa nunca regressa. E eu aceito-o. Só não posso esquecer, pois cada promessa quebrada deixou uma cicatriz no meu coração. Ele já sarou, já é capaz de se entregar novamente, e aprendeu que é sempre possível seguir em frente. Mas as cicatrizes estarão sempre lá para me relembrar que, outrora, já me pertenceste.
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